Gary Chagas se despede da UEPG após 50 anos de dedicação

Cinco décadas de dedicação a uma mesma instituição não é comum, e foi esse marco que o servidor Gary Chagas celebrou ao se despedir da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), onde iniciou sua trajetória em 1975. Formado em Direito pela própria universidade, Gary ingressou na equipe atuando inicialmente na assessoria jurídica. Desde então, sua história se entrelaçou com o crescimento e as transformações da UEPG, passando desde mestre de cerimônias em eventos institucionais, até o extinto CRAV (Centro de Recursos Audiovisuais) e, nos últimos anos, no cerimonial da Coordenadoria de Comunicação (CCOM).

Com memória afiada e tom descontraído, Gary relembrou curiosidades como o medo das funcionárias de limpeza em trabalhar à noite no Bloco D, por supostos fantasmas, e as dificuldades da época. Ele também compartilhou a emoção de ter participado ativamente de eventos históricos como o Festival Universitário da Canção (FUC) e o Festival Nacional de Teatro (Fenata), festival que chegou a suspender as aulas da universidade tamanha sua importância e adesão dos alunos.

“Fui mestre de cerimônia aqui na universidade durante muitos anos e nós tivemos vários eventos assim que foram emocionantes. Por exemplo, o Fenata era um festival que atraía gente do Brasil inteiro. E eles traziam peças muito boas, vinham artistas globais fazer peças aqui. Era muito bonito. Tínhamos também o FUC. Era fantástico. Tinha show mesmo. Essas coisas emocionavam”, lembra Gary com carinho. Os festivais continuam acontecendo na universidade, mas deixamos a colocação no passado por fazer parte de uma memória afetiva de Chagas.

A aposentadoria, segundo ele, chegou com certo estranhamento. “Adoro a universidade. Mas chega uma hora que a gente precisa encerrar esse ciclo”, reconheceu. Agora, ele pretende investir em um antigo hobby: aquarismo. Dono de aquários premiados nacional e internacionalmente, com destaque para o 17º lugar em um concurso mundial no Japão com cerca de 200 participantes, Gary deve trocar os corredores da universidade por paisagens aquáticas cuidadosamente montadas, com peixes em cardumes e plantas submersas que, segundo ele, transmitem paz e tranquilidade.

Ao final da entrevista, Gary deixou uma mensagem sobre a importância da educação e da valorização da universidade pública. “A UEPG foi minha casa por muitos anos. A cidade cresceu com ela, e quem passou por aqui deixou um pedacinho de si”, afirmou emocionado. A jornalista Mariele Zanin, que conduziu a conversa, também é ex-aluna da instituição. “Estamos juntos nessa”, finalizou, entre sorrisos, encerrando uma conversa marcada por gratidão, histórias e afeto.